19 de fevereiro de 2010

Sentido da Vida

Um dos livros escolhidos para me acompanhar durante o veraneio foi "Em busca de sentido" de Viktor Frankl*. Ainda não acabei o livro, mas, há muito tempo penso, e acho que as aulas de humanismo sobre Logoterapia me fizeram pensar mais sobre sentido. Sentido de tudo. De tudo que faz parte de mim e da minha vida. De datas comemorativas que muitas delas perdem o sentido real, tendo apenas o sentido do comércio. O sentido de amizades, de namoro, de sexo, de religião. Bem ou mal sempre tentamos justificar nossos atos, ainda mais os falhos, e para isso, nos utilizamos de sentidos. De fins que justificam os meios. Algo por aí.
Comecei a pensar também muito na comunicação, o sentido de uma palavra dita, escrita para alguém. O que de fato queremos falando aquilo para aquela pessoa naquele momento. Parece simples falar e se comunicar, mas, se formos compreender cada palavra em cada contexto de conversa, tudo deveria ter um sentido pra acontecer. Porque na teoria, se não vemos sentido em algo, não buscamos fazer ou nem nos interessamos em descobrir sobre.
Uma lembrança bem prática do sentido de datas comemorativas me vem do Natal. Eu estava numa casa de outra família, e eles estavam abrindo os presentes, com o papai noel (um parente fantasiado), e tudo isso por causa da criança da casa, que tem uns 4 anos. Desde pequena ela espera o papai noel para lhe trazer presentes na noite de natal. Eu olhando aquela cena, pensei, será que ela sabe o que o natal representa? Será que para ela são somente presentes e o bom velhinho?
Eu sou cristã certo, fui criada sempre com o natal envolvendo o nascimento de Jesus, com músicas de sinos de belém e estrelas. Pra mim, esse é o sentido de se dar presentes, de estar com a família e de perdoar. Mas, fiquei pensando no sentido que aquela criança dá para o natal. Pra mim, é um sentido tão comercial e penso no que ela vai interiorizar ser o natal pra vida dela. E fiquei imaginando quantas famílias só trazem o consumismo como sentido pro natal pra tantas crianças.
Mas, também não posso julgar ao extremo, como disse, bem ou mal, aquele é o sentido dela para o natal. Tudo bem, o natal é delicado mesmo. Cada um tem sua opinião, sua crença, sua maneira de festejar. Para uns, o sentido é ir na casa da vó ceiar, para outros, não tem sentido, e vivem os dias 24 e 25 como outros quaisquer. Tenho amigos que são assim, mas mesmo não fazendo sentido pra eles, desejam "feliz natal". Daí, eu penso, não tem sentido o fulano me desejar feliz natal. Não tem a ver com ele, com o que ele pensa. Mas enfim, são detalhes bem sutis.
Puxa, o sentido é algo realmente interessante. Poderia ficar muito tempo falando sobre ele.
Muitas vezes, a gente se culpa tanto, por agir sem sentido. E mais vezes ainda, é tão díficil achar um sentido. Na faculdade, tive que escrever sobre o meu sentido da vida. Foi interessante parar e pensar sobre isso. Não me culpei por não achar respostas absolutas, afinal, disse que estava em busca de um sentido de vida. Mas, descrevi meus sentidos do dia a dia e meu sentido religioso, que me constituem e me auxiliam nessa busca. Mas, eu também penso, que cada sentido pequenino que tenho e sou fiel, é parte do meu sentido todo. =)
Enfim, vou terminar o livro e depois, com toda a certeza, escreverei mais sobre o assunto que me interessa muito.
Com um sorriso com o sentido de transmitir outros sorrisos,
Bru Costa.
*Viktor Frankl foi médico psiquiatra, judeu e deu início a Logoterapia (uma das correntes do humanismo que é envolvida com a espiritualidade, existencialismo e o sentido de vida para cada pessoa). O livro conta sua experiência no campo de concentração na segunda guerra. Ele fala sobre o sentido da vida, sobre o psiquismo das pessoas em uma situação tão díficil de se viver. É um relato de sua experiência muito digno e surpreendente. Recomendo a leitura!

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